terça-feira, 13 de outubro de 2009

FÓRMULAS MÁGICAS


Fórmulas mágicas


Uma fórmula para ganhar dinheiro rápido, por favor!
Uma fórmula para conseguir o amor de alguém!
Uma fórmula para combater inimigos!


Essa é a base de nosso pensamento atual. Queremos fórmulas rápidas, para conseguir tudo, menos para nos aprimorarmos como seres cósmicos que somos. E quando digo seres cósmicos, quero dizer seres universais, cidadãos do planeta, experimentadores da vida, seres eternos.


E quando penso nos seres que somos é impossível não analisar a contradição do que somos e do que exercitamos.


E quando começamos a nos aplicar em qualquer filosofia, mesmo que levados até ela a fim de alcançar a fórmula mágica, percebemos que o caminho é muito mais sutil – e até complexo (não difícil, mas complexo, entretecido, rico) – do que imaginamos inicialmente.
Passamos por uma alquimia interior que nos leva muito além do que antes pretendíamos.


É impossível não ser tocado pela profundidade dos estudos quando nos entregamos a eles. E se resistimos, continuamos medíocres, e sem nossa fórmula mágica, pois embora ela possa dar certo inicialmente, logo será descartada, e perceberemos que o resultado obtido foi apenas um fluxo de ilusão, uma bolha de sabão. A culpa não é da fórmula, mas de quem soprou a bolha pelo frágil canudinho.


Muitas vezes recebo mensagens de pessoas que me perguntam algo como “por favor, sem enrolações, você pode me dizer como funciona afinal estas práticas? Quero ficar rico(a), ter muitas conquistas amorosas e ser muito famoso(a). O que especificamente tenho que fazer? Diga-me apenas o objetivo, a fórmula.”
E não há respostas para pessoas assim, pois estes elementos são apenas iscas, engodos da natureza para que você cresça, se amplie e seja mais do que tem sido, sendo verdadeiramente quem é.


Repetições de mantras, de palavras (supostamente) poderosas, imposição de mãos mil vezes a cada meia hora, ingerir algum líquido abençoado....nada terá efeito duradouro se você mesmo não se modificar, pois todas as técnicas agem praticamente da mesma maneira: servem como ferramentas de auto-despertar.


E o auto-despertar é processo contínuo, pois no desenrolar do processo reside a autotransformação. E a autotransformação está relacionada a seu permitir, a sua mudança energética/consciencial que o fará peça harmonizada com um sistema natural perfeito. Nada há na natureza algo que seja imperfeito. E não será você quem burlará este sistema sem pagar o preço da própria vergonha, vergonha por perceber o quão imaturo foi ao desejar o peixe sem tê-lo pescado você mesmo.


Muitas vezes nos dizemos, como que para justificarmo-nos, “já sou bom, já me conheço, portanto agora só me falta saber a técnica correta”. Os que empreenderam jornada e se viram transformados, sabem que isto não é verdade.


Muitas vezes nos dizemos “isto não é científico, pois não há comprovação para tal”, negando-nos a ir adiante em algo que achamos saber como funciona apenas por termos um quadro mental, muitas e muitas vezes deturpado.


Quando alguém nos diz “quando você praticar, você saberá”, desdenhamos mensagem, pessoa, propósito. Aprofundamos nosso fosso.
Inconscientemente. Ingenuamente. Vaidosamente.


Se alguém nos diz, por exemplo, “medite todos os dias pela manhã”, já imaginamos alguém sentado, quietinho, durante anos a fio, sem nenhum resultado efetivo. Não nos perguntamos “o que acontece no íntimo desta pessoa quando ela faz isto?”.


E se nos perguntamos isto, já nos respondemos, afoitos, “fica com a cabeça tranqüila, só isso. Ela não fica mais rica, ela não se torna mais desejada pelo sexo oposto, ela não se torna famosa.” Pois é isto o que nos move.


E não nos perguntamos “por que quero ficar rico, famoso, atraente?”. Não. O que nos move muitas vezes é o desejo da maioria.
E não nos perguntamos “por que a maioria não consegue o que deseja, se deseja?”.
Falta esteio a nossos questionamentos. E não há fórmulas mágicas para tanto. Tampouco queremos fórmulas para isto, não é mesmo?


Nossos questionamentos são pobres. Não ousamos. Tememos quem ousa. Relegamos o que ousa a um terceiro ou último plano.


E muitas vezes dizemos “seria tão bom encontrar alguém que me ajudasse a ir mais além do que já fui”. E quando a pessoa aparece, nos cozemos em sopas de inveja, de medo, de insegurança.


Não sabemos o que queremos porque não somos honestos conosco mesmos. Temos medo.


E o medo também é uma ilusão, uma trava. A verdadeira e efetiva fórmula. O medo nos faz patinar por anos. E não percebemos. O medo pede fórmulas que nos impeçam de identificar o medo que sentimos. O medo é um engodo da contra-natureza. E nos entregamos a ele achando que estamos sendo mais corajosos que a maioria. Lá no final da linha, encontramos o que medita, o que estuda, o que se aperfeiçoa no processo da autotransformação. E ao invés de aprendermos com isto, logo perguntamos: qual é a fórmula?


A fórmula é a prática. Que desenvolve a crença. Que dinamiza o processo da realização dos desejos. E do banimento do medo. Pois enquanto você é fé, você não é medo. Não dá para ser as duas coisas ao mesmo tempo. Como bem podemos ver com a história de Peter Caddy.


Nos próximos dias tente agilizar seu crescimento esquecendo a fórmula. Pergunte-se apenas “é isto o que realmente quero? Por que quero? Como justifico meu desejo? Ter o que desejo me fará uma pessoa melhor para mim mesmo? Estou buscando uma fórmula como a maioria ou sei quem sou e o que estou fazendo com meus dias?”


Siga suas respostas. E você terá encontrado a fórmula, pois ninguém a pode dar a você, exceto você mesmo.




Luciene Lima

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